segunda-feira, março 06, 2006

Agostinho da Silva






















Interessante conferência, ontem, sábado, na Biblioteca de Alhos Vedros.
A propósito, transcrevo artigo que me fizeram chegar, publicado num jornal de Setúbal, da responsabilidade da Diocese.
coluna semanal de D. Manuel Martins, Bispo Resignatário de Setúbal, intitulada Posso entrar?

Como a foto não é perceptível, transcrevo:

Passaram cem anos sobre o nascimento de Agostinho da silva. Por todo o lado se promoveram e promovem evocações com programas mais ou menos expressivos e julgo que muito bem. Homens como Agostinho da silva são um verdadeiro património nacional e não podemos deixá-los morrer.
Vão-se dizendo e escrevendo coisas muito variadas e verdadeiramente interessantes a respeito deste Homem. Todavia, o seu retrato continuará sempre incompleto, porque ele é um vulcão que espalha lava em todas as direcções e dos mais estranhos teores. Para o comum dos mortais, ficará como uma figura rara, cheia das mais impensáveis originalidades, arredio a todas as convenções das leis e dos costumes, irmanado apaixonadamente com a natureza, à maneira de um Francisco de Assis.
Pouco mais saberei a respeito deste "big-bang" do passado século, embora o tenha lido e relido. Mas, sinto-me na obrigação de contar um caso que se passou comigo e que poucos conhecerão: um dia, recebo na Casa Episcopal, um telefonema de um filho catedrático, que me pedia para visitar seu pai, quase moribundo, no Hospital de S.Francisco Xavier. E acrescentou, mais ou menos: o meu pai sempre me pediu que não o deixase morrer sozinho. Que, no fim dos seus dias, lhe chamasse um padre. Pelas conversas que tinhamos, convenço-me de que meu pai ficaria muito contente, se esse padre fosse você. Claro que não hesitei um momento. Com a ajuda de um dos meus padres muito dedicados, pus-me logo a caminho e encontri Agostinho da silva em coma-vigil (é assim que se diz?). Consegui comunicar com ele. Estabeleci com ele uma interessante conversa através de sinais que passaram pelos mais importantes temas do nosso destino em Deus. No fim, como fizera, aliás, no princípio, fixou-me e sorriu. Eu sorri também.
Pensei que nessa altura, talvez fosse pelo menos interessante dar a conhecer este acontecimento, admitindo, embora, à partida que não dê gosto a toda a gente...
+Manuel